terça-feira, 9 de setembro de 2008

Críticas aos que menosprezam lutas de terceiros

É tão inconsciente e inocente creditar ao partido toda a validade de uma mudança social, seja ela uma revolução abrangente de toda uma forma de vida, seja ela uma revolução por "áreas". O mais fácil a se fazer hoje é delegar responsabilidades à terceiros e esperar que as coisas mudem de forma espetacular, para depois dizer que seu medíocre voto INdireto foi necessário para tal acontecimento. Doce viés, nada disso ocorrerá.
Após a ascensão e queda dos impérios do mundo bipolarizado, o liberalismo encravou, de uma vez por todas, em nossas almas, a triste precariedade na crença da chamada democracia. A propaganda liberal para a pluralização ideológica (é claro, em sua contrariedade, excluindo o marxismo) vigora ainda hoje na sociedade, inclusive entre a chamada esquerda.
Infelizmente, o evangelicismo marxista já trás muitos adeptos. Hoje, acreditam E creditam todo o aspecto da revolução num inútil partido que nada mais lhe convém como uma peça da máquina, e não fora dela. Quantos marxistas de fato sabem a realidade da luta de classes e não se atém simplesmente à politicagem e à pregação de votos via arenas políticas? Quantos marxistas de fato não se atiram à luta direta e deixam de lado as irreais ligações com os adversários políticos em torno de uma única acepção política? Muito poucos.
Hoje, tudo trata-se de militância PARTIDÁRIA, inclusive agrega-se movimentos sociais AUTÔNOMOS e sindicatos, que nasceram com a essência NÃO PARTIDÁRIA, aos partidos, seja de forma direta (como foi a CUT) ou seja de forma indireta ( como é o caso da Conlutas, que uma vez manteve-se totalmente desligada de partidos e hoje defende a PARTIDARIZAÇÃO dentro da organização, o que muitas vezes marginalizam a discussão do próprio proletariado ) e chega a firmar acordos com os próprios partidos, mediados por agentes do Estado. Hoje, em sua grande maioria, os marxistas deixaram a ação direta pra vivenciar somente arenas políticas.
Com tudo, ainda creio no bom senso da grande maioria marxista, ainda que com nossas diferenças, afinal de contas, somos adversários políticos mas não inimigos. Entretanto, já não é a primeira vez que, mesmo que defendendo grandes idéias e acepções marxistas, sou menosprezado ideologicamente por um alguém que deveria ser meu aliado, ao menos no plano social. Nos dizem ser poucos, e de fato não somos a maioria, e nem por isso devemos ser marginalizados e destratados e ainda assim, se somos poucos ainda somos boa parte. Nos dizem sem histórico prático, mas à todos esses, que relembrem grandes fatos da nossa história para não caírem na mediocridade da crítica, relembrem o anarcosindicalismo, por favor, e repensem no que fizeram, relembrem a Guerra Civil Espanhola quando fomos basicamente violentados, desertados pelos marxistas que supostamente pereceriam ao nosso lado, as greves gerais e tanto outros marcos.
Me desculpem os marxistas que não se encaixam no padrão, mas concordo com Lênin quanto ao aspecto tomado e que infelizmente continua igual, mas o que mais me preocupa,é a crença na chamada democracia do mundo liberal e isso meus caros poucos leitores, vem consumindo a grande esquerda atual e é um problema para todos nós, aqueles que somos e aqueles que não somos. Este pequeno texto é um prólogo do que se segue quanto à minha crítica à democracia e à alguns marxistas. Vou postar por tópicos os seguintes.

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